Saúde mental, tópico esse que está mais do que em pauta, principalmente, desde o início da pandemia. E não pode ficar guardado na gaveta das pautas do mês de Setembro.
As formas mais comumente conhecidas de doença mental são depressão e ansiedade.
Toda pessoa trabalhadora, em algum momento, pode acabar passando por situações de grandes cobranças, desgaste físico e até mesmo situações externas que acabam gerando estresse e afetando o seu bem-estar. E é evidente que fazer parte de grupos com recortes minoritários, periféricos potencializa o viver dessas situações.
Quais são os impactos da saúde mental no trabalho?
Passamos por inúmeros momentos difíceis desde o início da pandemia, em março de 2020. A necessidade repentina de isolamento social, fez com que muitos dos trabalhadores tivessem sua rotina totalmente alterada. Algumas pessoas tiveram que investir financeiramente em infraestrutura de Home Office em um momento em que estávamos com medo de gastar dinheiro com qualquer coisa que fosse. Outras, tiveram seus contratos reduzidos, muitas ainda foram desligadas de seus empregos.
O trabalho, antes realizado na companhia de colegas e com a presença e a orientação de lideranças, passou, em muitos casos, a ser desempenhado em casa, com a presença da família no dia a dia, filhos e filhas, animais domésticos, vizinhos em obra.
Quem continuou a trabalhar presencialmente teve de conviver com a ansiedade e o medo do novo vírus. Protocolos de segurança em constante discussão entre contextos políticos e científicos. A proliferação de fake news na internet e grupos de whatsapp fez com que não soubesse para onde ir e o que fazer. Abateu-se a dúvida e angústia coletiva.
E como está a situação dentro das organizações?
Um estudo da Kenoby, startup de tecnologia para recursos humanos, sobre os impactos da saúde mental no trabalho, aponta que 70% das companhias não têm um departamento ou um profissional responsável por cuidar do bem-estar psicológico das equipes.
Te dou um Dado
Números para embasar decisões nas organizações
Descrição da imagem: papel com gráficos de linhas e de barras coloridos. Temos uma mão segurando uma caneta posicionada em cima do gráfico de barras. Fim da descrição.
Em um estudo conduzido pela Vitalk, foram coletados dados de profissionais, com foco em RH, para entender como está o nível de estresse no ambiente corporativo. 1.483 pessoas responderam ao questionário baseado na escala DASS-21. Você pode conferir a pesquisa na íntegra aqui.
Em outra pesquisa, também pela Vitalk, com 420 pessoas, praticamente metade dos profissionais nunca falou sobre saúde mental no escritório. Quando a conversa acontece, se dá com colegas de outras áreas, geralmente. Em raros casos, com a liderança.
Por outro lado, 19,4% das lideranças não se sente confortável em falar sobre o tema na empresa.
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), um ambiente de trabalho saudável é aquele em que os trabalhadores e gestores colaboram para um processo de melhoria contínua de proteção da segurança, saúde e bem-estar de todos os envolvidos.
Analisando esses dados e observando nossas vivências diárias nas organizações como consultoria de inclusão e diversidade é evidente a necessidade de posicionamento da área de gestão de pessoas e lideranças assumirem o papel articulador e transformador e trazer a pauta e ações efetivas para saúde mental da pessoa colaboradora.
Na prática, o que isso significa?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os transtornos mentais e comportamentais estão entre as principais causas de faltas ao trabalho no mundo, pessoas felizes rendem mais e isso todos nós já sabemos, ou por pesquisas, por nossas observações do cotidiano ou mesmo por nós mesmos.
A OMS estima que transtornos mentais como ansiedade e depressão afetam 264 milhões de pessoas no mundo e têm um impacto econômico significativo, com um custo estimado à economia global de US$1 trilhão por ano em perda de produtividade. Estima-se, ainda, que, para cada US$ 1 investido em tratamento para os transtornos mais comuns, há um retorno de US$ 4 em melhora de saúde e de produtividade.
Você já ouviu falar em Síndrome do esgotamento profissional (burnout)?
Descrição da Imagem: Fotografia de uma mulher asiática de olhar baixo, com a cabeça e um dos braços pressionando uma divisória de vidro do que aparenta ser um escritório. Fim da descrição.
De acordo com pesquisa realizada pela International Stress Management Association (ISMA), 30% dos mais de 100 milhões de trabalhadores brasileiros sofrem de Burnout.
Também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, a Síndrome Burnout é um distúrbio caracterizado pelo estado de tensão emocional e estresse que tem sido cada vez mais frequente nos ambientes corporativos. Dedicação excessiva ao trabalho, cumprimento de metas, condições insalubres, longas jornadas, funções desgastantes e a busca pelo perfeccionismo ou por melhores salários estão levando os profissionais ao esgotamento total e à depressão.
Empresas que mantêm políticas de promoção de um ambiente de trabalho saudável são mais propensas a reduzir os índices de absenteísmo, aumentar a produtividade e colher benefícios econômicos. Logo, o cuidado com a saúde mental do trabalhador não tem apenas impacto social, mas influencia outros objetivos da empresa, inclusive financeiros.
Quais medidas são recomendadas:
Mantenha canais de comunicação ativos : A pessoa responsável precisa estar aberta para ouvir o que o a pessoa colaboradora tem a dizer.
Cuide do clima organizacional: (aqui não vale fazer pesquisa e não gerar ação nenhuma)
Antes de sair desenvolvendo um programa de bem-estar, certifique-se de fazer sentido para a cultura da sua empresa: ouça as pessoas, realizar estratégias de grupo focal pode ser uma excelente ferramenta.
Desenvolva ações que visem manutenção do bem-estar no trabalho:
Apoio para buscar ajuda profissional, caso seja preciso:
Ofereça benefícios em saúde: Convênios com academias, clínicas de bem-estar, terapeutas de medicina alternativa
Incentive a prática meditativa, e aqui não estamos falando de religião, mas do tempo para contemplação, para respirar com consciência.
É importante respeitar o limite de horários, para que o trabalhador possa ter seu momento de descanso, lazer, atividade física...portanto nada de whatsapp pós horário de expediente.
Sabe aquele meme "essa reunião poderia ter sido um e-mail?" Opte por realizar somente quando for realmente necessário, evitando inúmeras interrupções desnecessárias.
E não esqueça, todas as pessoas precisam ser escutadas, acolhidas e desenvolvidas em sua completude.
Nossas soluções para saúde mental inclusiva incluem atividades presenciais e online: Rodas de contação, Práticas Meditativas e respiratórias. Trilhas guiadas junto a natureza , venha conversar com a gente: desenvolver-rs@desenvolver-rs.com.br
Nossas recomendações do mês:
Documentário “Sociedade do Cansaço” produzido por GNT e disponível na Globoplay, é uma série documental que investiga como nossa sociedade atual, movida pelo desempenho e produtividade constantes, vem a engatilhar desamparos mentais e físicos na população.
Livro “Escute o que ela diz: Viés inconsciente – o que os homens precisam saber (e as mulheres têm a dizer) sobre trabalhar juntos” - fascinantes revelações sobre o modo como homens e mulheres trabalham, com exemplos divertidos e muito bacanas de como podemos avançar juntos.
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