Maternagem e Parentalidade no Mercado de Trabalho
Para pensar além das campanhas no mês de Maio.
Quando estudamos e abordamos sobre diversidade e inclusão nas empresas, não podemos deixar de lado o papel da mulher no mercado de trabalho. Principalmente, quando essas mulheres são mães. Neste mês, de maio, em que é comemorado nacionalmente o Dia das Mães, debater sobre o papel que elas representam nas organizações e as ações que devem ser feitas para apoiá-las, deve ser uma das prioridades para lideranças e gestão de pessoas.
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Parentalidade e Trabalho, o que a pandemia nos ensinou
Lideranças tiveram que olhar com mais atenção às necessidades de colaboradores que são mães e pais com crianças pequenas em casa, principalmente durante o primeiro ano de pandemia, quando a maior parte das empresas estava atuando de forma remota.
Existe uma visão histórica e cultural, de uma sociedade patriarcal, enraizada em várias gerações, da mulher como cuidadora (de crianças e da casa) e do homem como provedor. Como consequência temos a falta de equidade no mercado de trabalho e na divisão de atividades em casa, no Brasil e no mundo.
Uma pesquisa realizada pela Fundação Getulio Vargas apontou que, 5% das mulheres deixam o mercado de trabalho três meses após darem à luz. O índice triplica no primeiro semestre pós-nascimento do bebê e salta para alarmantes 48% no primeiro ano pós-parto.
E, os números da ONU mostram que, antes mesmo da pandemia, a carga horária de mães brasileiras cuidando de seus filhos era de duas até três vezes maior do que a dos pais, em casais heterossexuais.
A importância de pensar a intersecção dentro da diversidade
54,6% das mulheres com idade entre 25 a 49 anos que são mães de crianças de até três anos estão no mercado de trabalho, mas o número cai para 49,7% entre as mulheres negras.
Nesse mesmo estudo, publicado pelo College Voor de Ritchen van de Mens, que analisou o mercado de trabalho holandês, constatou que 1 em cada 5 mulheres foi rejeitada em candidaturas devido à gravidez. Enquanto 34% que estavam prestes a assinar um contrato, afirmaram que as condições mudaram quando a empresa soube da maternidade.
Dados sobre a importância da Licença Maternidade nas Empresas
De acordo com a Constituição Federal, a licença-maternidade garante 120 dias de afastamento para as mães, período que se inicia no primeiro dia útil após o nascimento da criança. Já a licença paternidade é prevista por um período bem mais baixo, em 5 dias, podendo ser estendida para 20 dias, caso a empresa esteja cadastrada no programa Empresa Cidadã.
Mesmo nas melhores empresas para se trabalhar no Brasil, os períodos de licença são mínimos. De acordo com o estudo Licença Parental nas Melhores Empresas para Trabalhar da consultoria Great Place to Work, nem metade das empresas premiadas ampliam o período de 120 dias de licença maternidade, enquanto somente 25% das mesmas organizações ampliam a licença paternidade.
Como a Desenvolver Inclusão & Diversidade vem atuando
Construir ações afirmativas com as pessoas representativas de cada pilar é uma de nossas bases de atuação, e para as ações de parentalidade e maternagem.
Porque não chamamos de maternidade e sim maternagem?
A escolha não é aleatória.
A maternidade é um processo pelo qual a pessoa que possui útero torna-se mãe e envolve etapas biológicas naturais como gerar, gestar e parir. É instintivo, natural e inerente à pessoa possuidora do útero.
A Maternagem é entendida como um processo mais complexo que envolve doação, amor, proteção e cuidado.
Maternidade é instinto - Maternagem é aprendizado.
Rodas de Conversas , Smart talks e Workshops são as ferramentas que escolhemos para abordar essas perspectivas.
Na Bem Promotora, empresa parceria cliente há alguns anos, no mês de maio estamos construindo Smart talks sobre menstruação, menopausa e maternagem.
Debater e co-criar ferramentas de pertencimento é a função dessas atividades.
Como as empresas podem apoiar funcionárias que são mães :
Para ler/assistir/ouvir:
📺 Em alta nos serviços de streaming: Para quem gosta de aprender com os erros alheios, recomendamos as séries Abercrombie & Fitch: Ascensão e Queda na Netflix e WeCrashed sobre a empresa WeWork, na Apple Tv.
🎧 Mano Brown recebe Cecília Olliveira e André Camarante: Um debate elucidativo sobre segurança pública, com os jornalistas reconhecidos em Direitos Humanos e Segurança, onde abordam as suas visões sobre corpos-alvo, criminalidade e a epidemia de violência urbana que faz vítimas pelo Brasil afora. CLIQUE PARA OUVIR.
Esta edição da Já Que É pra Falar traz muitas provocações para refletirmos juntos sobre o panorama da maternagem no mercado de trabalho e repensar como as empresas podem auxiliar nesse sentido. Esperamos que tenha gostado.